terça-feira, 31 de março de 2009

O mocinho e os bandidos. O CLARO:Protógenes recebe apoio de importantes senadores compromissados com o POVO.

DIRETO da FONTE da FUNDAÇÃO LAURO CAMPOS

http://www.socialismo.org.br/portal/politica/47-artigo/842-editorial-o-mocinho-e-os-bandidos


EDITORIAL: O mocinho e os bandidos
Política
Fundação Lauro Campos
Qui, 26 de março de 2009 20:21
apoio

Apoio a Protógenes dos senadores José Nery (PSol-PA), Eduardo Suplicy (PT-SP), Pedro Simon (PMDB-RS), Inácio Arruda (PCdoB-CE), e dos deputados Chico Alencar (PSol-RJ), Luciana Genro (PSol-RS), Ivan Valente (PSol-SP), Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ) e Janete Capiberibe (PSB-AP)
Na quarta-feira passada (25 de março), um grupo de nove parlamentares prestou solidariedade ao delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, que vai depor na CPI das Escutas Telefônicas da Câmara dos Deputados na próxima quarta-feira (1 de abril) . Os deputados e senadores querem garantias de que o policial não será algemado nem constrangido durante a sessão.

É de se questionar: porque esses parlamentares estão preocupados? Poxa, até o Pedro Simon! Não estariam imaginando coisas? Não estão, não.

Imagine, por exemplo, um bandido de alta periculosidade dando as ordens na polícia. É de arrepiar. Pois o delegado Álvaro Lins, ex-deputado estadual do PMDB no Rio de Janeiro, que teve o seu mandato cassado, foi condenado pela Justiça e atualmente cumpre pena, encarcerado. Ele era o Secretário de Segurança do governador Garotinho. Estarrecedor: durante anos, um bandido comandou a polícia no Rio de Janeiro.

Respire fundo e pense no Álvaro Lins, deputado, comandando uma CPI que investiga a investigação feita por outro delegado sobre um bandido poderoso que tem conexões nas altas finanças e nas altas esferas do poder. É ou não é assustador?

Quem preside a CPI na Câmara dos Deputados que investiga a investigação feita pelo delegado Protógenes sobre as tenebrosas transações do Daniel Dantas? Outro delegado, o deputado federal Marcelo Itagiba. Adivinhe de que partido ele é. Se alguém disse que ele é do mesmo partido do ex-deputado Álvaro Lins e que se elegeu fazendo dobradinha com o delegado-bandido, acertou em cheio.

Só pra ficar mais claro. Itagiba fez campanha em parceria com Alvaro Lins, sem nenhuma preocupação com as denúncias que já planavam sobre o cenário do delegado-bandido. E não só em comunidades dominadas pelas chamadas “milícias”, como também no evento que gerou o primeiro pedido de cassação ― aquela plenária em que os dois candidatos, mais o governador Sergio Cabral e o senador Dornelles, prometiam empregar concursados na Polícia Civil.

São muitas as perguntas sem resposta. Por que investigar a investigação feita sobre o Daniel Dantas? Que há de errado em um policial ir às últimas conseqüências na investigação de uma personagem que tem conexões com as altas finanças e as altas esferas do poder? Será que há aí alguma coisa que não pode ser descoberta? Será que os poderosos da República não resistem a uma investigação? Se é assim, não estaríamos diante de podres poderes?

Que há de errado em que a ABIN coopere com a Polícia Federal numa investigação? Por acaso os serviços de inteligência, sustentados pelo erário, não devem colaborar entre si no combate ao crime? Afinal, para que servem os serviços de inteligência se não for para combater a criminalidade e as ameaças de potências estrangeiras contra a soberania nacional?

Há uma denúncia gravíssima, que talvez merecesse a atenção dos senhores deputados.

Era uma vez uma senhora, muito pobre, que, suspeita de cumplicidade num roubo, foi presa pela Polícia Federal, no Rio Grande do Sul. Ocorre que o crime que lhe imputavam era da alçada da Polícia Civil. Então, por que a Polícia Federal invadiu a competência da Polícia Civil? Seja como for, essa senhora ficou cega, segunda ela e suas filhas, em conseqüência das torturas sofridas durante o interrogatório a que foi submetida na Polícia Federal.

Surge aí uma estranha coincidência. Essa senhora que ficou cega era empregada doméstica da sogra do Superintende da Polícia Federal no Rio Grande do Sul. Acontece que a sogra do Superintendente é a dona da casa assaltada. E quem era esse Superintendente? O delegado Luiz Fernando Corrêa. Por acaso, ele é o atual Diretor Geral da Polícia Federal e não está sob investigação. A revista Carta Capital denuncia a forma bizarra como o inquérito sobre o caso de tortura foi simplesmente arquivado. Subordinado ao Diretor Geral está o delegado que comanda a investigação sobre a investigação do delegado Protógenes.

Num estado de direito democrático, não caberia cidadãos acima de qualquer suspeita. Se todos são iguais perante a lei, ninguém é intocável. Será que, em vez de investigar a investigação do delegado Protógenes, não seria o caso de uma CPI para investigar o eventual uso da tortura como método de interrogatório na Polícia Federal?

Incriminar o delegado Protógenes nesse processo kafkiano de inversão de sujeitos, causa espanto. Arma-se, evidentemente, uma perseguição, injusta, contra o mocinho, enquanto os bandidos que ele prendeu são soltos e circulam alegremente por aí. E mais: será que não são os bandidos que estão julgando o mocinho?

2 comentários:

Júlio [Ebrael] disse...

Não é só kafkiana essa novela; é maquiavélica, não só por tratar-se das esferas do "Principado", mas porque o enredo é simplesmente uma série de deboches.

O CLARO disse...

Ebrael, tudo bem?
É aquela coisa. Tá tudo muito igual, como antes, mas está modificando muito, ou não...
Temos que exercer nossa indignAÇÃO!
AbraçOClaro

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